https://pt.wikipedia.org/wiki/Nelson_Sargento (Wikipedia)
- Nelson Sargento OMC (Rio de Janeiro, 25 de julho de 1924 – Rio de Janeiro, 27 de maio de 2021), nome artístico de Nelson Mattos, foi um compositor, cantor, pesquisador da música popular brasileira, artista plástico, ator e escritor brasileiro.
- Tendo morado no Morro da Mangueira desde 12 anos de idade, Nelson notabilizou-se como um dos mais importantes sambistas da Estação Primeira de Mangueira, do qual integrou e presidiu a ala de compositores da escola, bem como se tornou presidente de honra.
- O apelido artístico "Sargento" aludia à patente que alcançou por ter servido no Exército Brasileiro na segunda metade dos anos 1940. Ganhou notabilidade como cantor no Zicartola e, pouco depois, como integrante dos conjuntos A Voz do Morro e Os Cinco Crioulos na década de 1960. Mas somente em 1979, aos 55 anos, o compositor gravou seu primeiro álbum solo. Ao longo da sua vida, o sambista compôs mais de 400 composições.
- Além da carreira musical, Nelson foi pintor e poeta, tendo publicado os livros "Prisioneiro do Mundo" e "Um certo Geraldo Pereira". Também fez participações nos filmes "O Primeiro Dia" e "Orfeu", além de ter sido tema do documentário "Nelson Sargento da Mangueira"
- Nasceu em 25 de julho de 1924, na Santa Casa da Misericórdia, na Praça XV, filho de Rosa Maria da Conceição e Olímpio José de Mattos. Rosa Maria era empregada doméstica e cozinheira. Trabalhava e morava com Nelson na Tijuca, na casa do comerciante Manoel Ferreira Dias que era atacadista de secos e molhados, na Rua do Acre, no Centro. Seu pai, cozinheiro de profissão, trabalhava no Armazém Dragão. Nelson conviveu pouco com o pai. Encontravam-se esporadicamente, pois quando o conheceu, ele não morava mais com sua mãe. Olímpio morreu de gangrena, depois de um acidente na cozinha de um restaurante; uma panela de água quente caiu em seu pé e, não sendo tratado, acabou falecendo.
- Sua mãe saiu do emprego da casa dos Ferreira Dias, indo morar no morro do Salgueiro, em um barraco alugado. Para se sustentar ela passou a lavar a roupa de várias famílias. Nelson entregava as roupas lavadas no bairro da Tijuca. Foi lá no morro do Salgueiro que Nelson, então com dez anos de idade, tomou conhecimento do samba, desfilando e tocando tamborim na escola "Azul e Branco". Ali havia ainda outras duas escolas: a "Unidos do Salgueiro" e a "Depois eu Digo". José Casemiro, (conhecido como Calça Larga), uma liderança no morro, uniu todas elas, nascendo assim o Acadêmicos do Salgueiro.
- Sua mãe morava com um senhor de idade avançada, chamado Arthur Pequeno, que trabalhava como tecelão da fábrica de Tecidos Bom Pastor e era grande amigo do português Alfredo Lourenço, importante compositor da GRES Estação Primeira de Mangueira. Com o falecimento do companheiro, Rosa Maria teve muitas dificuldades para se manter com Nelson no Morro do Salgueiro. Alfredo Lourenço convidou-a para morarem com ele em sua casa na Mangueira. Ele morava numa parte do morro conhecida como Santo Antônio. Alfredo Lourenço era empreiteiro da construção civil e um excelente letrista. Era uma figura diferente naquele universo, um português que compunha sambas.
- Incentivado pelo padrasto Alfredo Lourenço, Nelson despontou para a música na adolescência. No Carnaval de 1949, venceu a seletiva de sambas-enredo da Mangueira com "Apologia ao mestre" (parceria com Alfredo Lourenço), e escola de samba se sagrou campeã do desfile daquele ano. A parceria entre enteado e o padrasto rendeu, para o desfile seguinte, o samba-enredo "Plano SALTE - Saúde, lavoura, transporte e educação", que garantiu um novo campeonato à escola.
- Em 1955, Nelson e Alfredo Lourenço compuseram o samba-enredo "As quatro estações do ano ou Cântico à natureza", tido como um dos mais belos já realizados. Três anos depois, Nelson foi eleito presidente da ala de compositores da Mangueira, posição que lhe permitiu maior convivência e aprendizado com os sambistas veteranos da escola, como Carlos Cachaça, Saturnino, Aluisio Dias, Babaú e, principalmente, Cartola, de que se tornaria um discípulo ao guardar na cabeça os versos que o mestre compunha de maneira descompromissada, além de completar outras das suas composições.
Especial Nelson Sargento no Todas as Bossas
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